A difícil arte de distribuir XP



... e a sessão acabou com a vitória do grupo sobre o valoroso guerreiro Altron. Foi uma batalha realmente incrível, o grupo formado por um clérigo, um paladino, um mago e um ladino trucidou o adversário em poucos turnos, uma vitória fácil contra um adversário muito superior; aliás, fácil demais, ele nem reagiu! Hei, é verdade, ele não deveria ter reagido? Sim, deveria, mas ele era um aliado, e não um inimigo!...

Grupos de RPG fazem coisas certas e erradas, enfrentam monstros, criaturas, condições, interpretam, enfim, são eles os co-responsáveis pela evolução da história, e este papel é recompensado pelo XP, mas o que é XP?

XP é a sigla para eXperience Points, ou Pontos de Experiência, que traduzem as experiência que os personagens adquirem durante todo o jogo. O valor numérico da experiência simboliza todo o aprendizado e treinamento dos PJ’s, justificando a aquisição de vantagens e pontos de vida no desenrolar da aventura. À medida que o personagem vai conseguindo mais XP’s, mais poderoso ele fica.

O poder é recebido quando o total de XP’s do personagem ultrapassa um limite pré-determinado para que ele avance os níveis de personagens. Daí, cada nível traz novas vantagens e poderes e por aí vai.

Muitas vezes [na totalidade de vezes, aliás] e em vários sistemas, a quantidade de XP é tabelada de acordo com o encontro [desafio], interpretação ou quest. Cabe ao mestre calcular e distribuir esta pontuação para todos os jogares, que irão calcular os totais de XP’s e indicar quando passaram de nível. Pronto? Ainda não.

Os pontos de experiência podem ser distribuídos de varias maneiras. As maneiras indicadas no Livro do Mestre de D&D são:

Encontros sem combate
São encontros de interpretação, onde as reações do jogador frente aos desafios da história são importantíssimas para rendimento da narrativa e da experiência do personagem. A quantidade de pontos de experiência distribuída neste tipo de situação é muito relativa, pois depende do julgamento do mestre quanto à dificuldade das interações.

Objetivos de missão
Uma história nem é sempre montada de batalhas e interpretações, o mestre desenvolve um enredo com etapas a serem cumpridas e limites alcançados. Estes limites são os objetivos que, se ultrapassados, podem garantir mais bonificações de experiência para os personagens. O mestre deverá ter cuidado para garantir que o bônus de XP concedido incentive aos jogadores a cumprirem os objetivos das aventuras e continuem se esforçando para seguir a sequência que o mestre bolou para o jogo. O narrador deverá estabelecer um objetivo [ou vários] de maneira clara para que os personagens consigam se orientar na busca do sucesso, outro fator que pode ser destacado e terá importância relevante é o objetivo pessoal. Se o mestre e os jogadores conversam constantemente e desenvolvem objetivos pessoais para os personagens, o alcance destes objetivos também pode garantir pontos extras de experiência.

Prêmios por interpretação
Seguir uma linha interpretativa poderá, além de engrandecer a presença do seu personagem no mundo da narrativa, garantir um bônus de experiência ao final de cada sessão de jogo.

Ponto por combate
Calculado de acordo com o nível do desafio enfrentado. Cada variante do d20 possui sua tabela de encontros de ND.

Perda de XP
Magias, construção de itens mágicos ou maravilhosos podem consumir pontos de experiência, mas, como jogadores que desenvolvem boas atuações são premiados, jogadores que apresentam mau comportamento poderão ser punidos.

Agora...

Novas maneiras de distribuir Pontos de Experiência

Premiar espontaneidade
Muitas vezes acontecem coisas nas sessões que são totalmente imprevisíveis e incrivelmente legais, divertidas, inspiradoras ou outros adjetivos bacanas que engrandecem a campanha. Nesse momento, o mestre poderá premiar automaticamente a ação, fornecendo XP para o jogador, ou jogadores, instantaneamente. Já aconteceu em minhas mesas de personagens ganharem experiência por ações de quem estava fora da mesa. [Certa feita, eu estava narrando na universidade, em uma das mesas do refeitório. No grupo, um guerreiro, um mago e um guerreiro. No momento em questão, o clérigo estava realizando uma ação muito empolgante, contra um inimigo, e decidiu anunciar sua fé antes de desferir um golpe na criatura: “Em nome de Uhm, eu destruirei você!”, neste exato instante, não sei o que foi, um aniversário, uma apresentação, sei lá!, em uma sala vizinha ao refeitório os estudantes gritaram e aplaudiram, alto e demoradamente, interrompendo a sessão. Claro, que a mesa começou a rir, “o clérigo foi tão ameaçador que até o povo em volta comemorou a bravura dele”]

Sessão Feedback
De tempos em tempos, depois de distribuir os pontos normais de XP, o mestre poderá fazer uma roda de comentários, uma espécie de avaliação de conduta durante os jogos. Cada um terá sua vez de falar algo e deverá comentar sobre sua atuação (pontos positivos e negativos), atuação do grupo em si (pontos positivos e negativos) e a narrativa (o mestre) de maneira livre [DICA: mestre, não permita chance de resposta; todos terão o direito de falar, mas não é permitido iniciar discussões]. O mestre avalia a resposta dos jogadores, sua consciência de jogo, evolução de interpretação e entendimento de jogo e premia de acordo com as respostas. Ao final, o mestre deverá fazer um comentário geral, fechando a avaliação e poderá premiar o grupo com um XP extra, dependendo das respostas individuais.

Por último, mas não menos importante...

Auto-Avaliação
O mestre deverá arriscar nessa, dando a chance aos jogadores avaliarem sua própria conduta. O narrador estabelece um teto de XP por interpretação e conduta e perguntará ao jogador quanto ele acha que deve receber e o porquê de sua avaliação. Desse jeito, o mestre poderá observar como os jogadores acham que estão se comportando em sua narrativa e poderá bonificar ou penalizar esse XP, explicando o seu ponto de vista quanto aos resultados [DICA: se escolher esta possibilidade, evite penalizar ou bonificar o XP escolhido pelos jogadores, coloque apenas seu ponto de vista ao final dos comentários. Deixar que os próprios jogadores se avaliem pode incentivar o crescimento dos personagens e a responsabilidade dos jogadores quanto à história].

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Comentários

  1. Meu Deus vermelho... eu tinha esquecido disso no refeitório. Acabei de dar altas risadas aqui novamente... Ainda nao acredito que aquilo aconteceu tão "sincronizado". Acho que combinado não sairia melhor.

    Pior que isso foi só dia q o fronha estava tirando 1 no D20 várias x ao dia e prejudicando o grupo e fazendo só trapalhadas no monge dele. Até que ele tirou 1 duas vezes seguidas e tu falou:
    "Ah PARA, fronha rola esse dado denovo. Tem alguma coisa errada." O kra rolou o dado no chão pro bicho rolar mais ainda pq o dado parecia viciado (amaldiçoado na minha opinião) dai ele tirou 1 a terceira x SEGUIDA no d20 e todo mundo assutou levantando da mesa. E tu jogou o dado no lixo (baniu o dado lol).

    Cada coisa q só acontece nas sessões...
    Só uma coisa a dizer sobre Xp. Quanto mais melhor. hahaha (zueira) =)

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  2. Caraca, nem lembrava dessa do Fronha kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk o problema era ele, não o dado, devia ter jogado o Fronha no lixo e banido ele da mesa uauahhaua (maldade).

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