[CAP] Capítulo UM - O Lorde do Casebre (parte 8)

Observando a situação, Zurk fica apreensivo com a possibilidade da morte do rapaz e se concentra mentalizando palavras de comando e elaborando um feitiço rápido, uma mensagem mental para Lorde Dimas, O que está fazendo Lorde? Por que irá matá-lo? O velho continua a rondar em torno do jovem caído mas olha para o feiticeiro apreensivo e responde à sua solicitação mental, Se o jovem não estiver completamente subjugado, não poderei ser seu mestre, essas são as regras do Itacari.

Regis, ainda se contorcendo de agonia asfixiante, coloca as mão sobre o gelo, esticando seus dedos. Zurk o observa e percebe que ainda resta forças no rapaz para reagir e nota que deverá chamar a atenção do velho antes que ele note a reação de seu possível pupilo. Lorde Dimas ainda dizia palavras, a esse ponto ignoradas por Zurk, mas visivelmente se preparava para estocar o jovem,começando a se abaixar rapidamente estendendo o braço ao nível do ombro e descendo o corpo para perfurar o tronco do rapaz com força. Enquanto Torres pronunciava suas últimas palavras do diálogo ignorado por Zurk, ... Assim não existirá dúvida! ..., o feiticeiro puxa seus braços e molda uma coreografia rápida no ar. Os dedos se movem de maneira precisa e sua voz pronuncia comandos de poder e de suas mãos materializam-se feixes de energia branca, brilhante e podersa, que atingem o estreito pedaço de neve entre o corpo caído do papaz e os pés de Lorde Dimas, obrigando ao velho a interromper o ataque e jogar o corpo para trás, fugindo da súbita reação do feiticeiro.

Lorde Dimas se desequilibra e cai se costas na neve, largando a agulha. Nesse momento, Regis leva as mãos ao rosto e Zurk percebe que seus dedos estavam envoltos por uma chama azulada que incendeia a teia de seu rosto, fazendo-a evaporar instantaneamente. O feiticeiro corre em direção de Regis e Lorde Dimas se levanta com dificuldade. O jovem, com o rosto queimado puxa o ar para seuspulmões e se vira com o rosto para o gelo do chão, tentando aliviar a sensação de queimadura que acabara de provocar em si mesmo.

Um novo quadro se forma na paisagem: Regis fora de ação, confuso pelas dores que sente, a queimadura, a asfixia e o frio intenso; ao seu lado, num impulso protetor, Zurk, agachado e a alguns passos, Lorde Dimas de Torres, já reestabelecido, observando os dois. Regis começa a se acalmar e novamente um silêncio momentâneo se faz, revelando um zunido baixo de vento cortante. Mais uma vez sua aparência me enganou, caro Zurk, diz o Lorde, Mas infelizmente não é dessa vez que nos enfrentaremos, meu assunto é com o jovem que aos seus pés está.

Enquanto o velho observa os dois ao chão, Zurk pega um punhado de neve nas mãos e conjura um pequeno truque para aquecer e derreter a neve, molhando os ferimentos do rapaz, tentando melhorar sua condição. O jovem sente dores e se submete aos cuidados de Zurk. Dimas espera, decide não intervir e ouve o feiticeiro da cabana tentar convencer o rapaz de sua rendição iminente, Já basta Régis! Seja sábio e aceite sua derrota, pois se continuar assim, seu fim será desolador, além do mais, Dimas pode nos ajudar, ele tem respostas e poderá revelar quem é você e de onde veio, Pense garoto, existe hora de lutar e hora de não lutar...

O jovem fita Zurk como em algum instante de indecisão, os olhos oscilam rapidamente, tão ligeiros quanto os pensamentos inconstantes de sua mente. Ele toma as mãos de Zurk e as retira dos ferimentos, o feiticeiro, aceitando a autonomia do jovem, se levanta, olha para Lorde Dimas e mantém sua cabeça baixa, demonstrando de maneira sutil sua reprovação. Régis começa a se levantar, firmando-se nos joelhos e recompondo suas roupas e o velho sorri, Meu jovem, deveria ouvir os conselhos de Zurk. O feiticeiro da cabana se afasta ainda mais, em sua mente, um plano se forma para salvar a vida do garoto caso seja necessário e inconformado com a situação não conseguia parar de repetir o pensamento, Droga! Não seja burro garoto, não seja burro!

Lorde Dimas de Torres volta à sua posição de ataque, pronuncia novamente palavras em baixo tom, que desta vez, são ignoradas por Zurk, enquanto Régis se posiciona a poucos metros do velho e revela um semblante concentrado, um olhar penetrante e respiração profunda. Os três ficam nesta posição por alguns segundos e o velho lorde abre seus braços no momento em que termina suas palavras misteriosas de poder, dos ombros do velho uma aura de energia corre em direção às mãos em um lampejo rápido que ao chegar às mãos se convertem em duas esferas de fogo, cada uma pouco maior que um punho, Régis fica apreensivo e Zurk identifica instantaneamente o feitiço: Esferas Flamejantes, Mas como ele consegue conjurar duas simultaneamente? O Lorde movimenta o corpo como em um balé e arremessa as duas em direção do jovem.

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