[CAP] Capítulo UM - O Lorde do Casebre (parte 6)

- Percebeu que não há ninguém nas ruas, Regis? – Perguntou Zurk em tom preocupado – Muito estranho para um dia como este, não acha? – o feiticeiro espera o aceno afirmativo da cabeça do moço.

Os dois andam pela rua principal da cidade de Uisla e chamam por atenção, sem obterem resposta. É possível identificar com facilidade os pontos de convívio da cidade, a casa do administrador, ao longe a estalagem, um estábulo, um armazém, ferraria, mas nenhuma alma se movimenta para os olhos verem. Regis, esta cidade lhe traz alguma lembrança à mente? O moço nega e diz que é como se estivesse a primeira vez ali. Zurk comanda o passo e se dirige ao prédio de milícia.

---


O prédio da milícia era gigantesco, não como verdade, mas para os olhos das crianças que sonhavam em entrar para o braço armado do feudo. Muitos tentavam e pouquíssimos conseguiam. O ingresso como aspirante era o sonho de miseráveis, pobres, homens livres e até nobres e era uma das poucas coisas que o berço não conseguia comprar. Dizem que o próprio senhor Vesto empunhou a lei que dizia: "O aspirante não é um soldado ou um combatente comum, é um jovem que receberá treinamento, educação, soldo diferenciado e terá o respeito de todos como um oficial da lei. Seu desempenho deverá ser reto e sua atitude exemplar. A patente atribuída a ele deverá ser maior que a de um Guia de Milícia e nenhuma outra farda ou brasão de guerra tomará deles ordem ou responsabilidade, somente seu comandante direto".

Era para aquele prédio que Drails se encaminharia... era lá que ele treinaria e, com sorte, poderia ser um Comandante ou até mais, dependendo de seu empenho.

---

O prédio da milícia estava vazio, não havia nenhum sinal de ocupação humana, os ambientes gelavam com algumas janelas abertas e a umidade acusava o abandono de dias. Provavelmente as salas e salões abrigaram boa parte da tempestade.

Zurk se lembrava da primeira vez que esteve neste prédio, há muito tempo, na convocação de seu amigo Drails, mas os pensamentos não foram continuados, Regis olhava em cada cômodo e por mais de uma vez afirmou que sentira aquele lugar familiar, como se fosse um costume dele estar ali. O feiticeiro ensaiou algumas perguntar que pudessem buscar algo mais da memória do jovem, mas nada além dessas afirmações se revelaram. Somente na saída do prédio, Regis disse: "... não sem a ordem do Sacerdote Gradios...". O que isso significa Regis? Lembrou de algo? E a resposta do rapaz foi uma negativa, Apenas me veio isso à cabeça.

O moço abaixou a cabeça e visivelmente se esforçava para lembra algo mais. O vento soprava e a neve machucava os olhos brincando de ser sol. As botas molhadas dos dois viajantes se moveram para frente e pararam, quando ao longe, Zurk avistava um homem de capa fechada, chapéu escuro e bengala reta, apesar da distância, aparentava muita distinção e elegância.

Os dois avançaram e o senhor, que pela proximidade mostrava alguns sinais da idade, continuou parado, como se esperando por eles. Os passos seguiam e Zurk perguntou por duas vezes: Senhor, onde estão todos? Sem a resposta do homem, o feiticeiro continuou dizendo Viemos de Hajasti e não encontramos ninguém, sabe o que aconteceu? Quem é o senhor?

Por segurança, Zurk evitou que o rapaz dissesse algo, interrompendo-o e manteve distância segura da figura enigmática. São alguns passos dele, o suficiente para me defender caso seja necessário, então, É a última vez que pergunto senhor, quem é e por que a cidade está vazia?

O velho afasta um pouco seu braço do corpo e pende a bengala, com a outra mão retira o chapéu em sinal de cumprimento, Sou Lord Dimas de Torres e venho ao encontro de Regis. Zurk e o rapaz ficam em silêncio por um instante, a dúvida paira sobre os dois e o primeiro sinal de intervenção do feiticeiro é imediatamente interrompido pelo velho, Desculpe, Senhor, sua aparência não é grande coisa, mas sua essência é nobre, mas meu assunto, caro Zurk, é com o rapaz. Estou aqui para desafiá-lo.
(n8)

Comentários

Postagens mais visitadas