[CAP] Capítulo UM - O Lorde do Casebre (parte 5)

Zurk agradeceu a ajuda oferecida e disse que o tempo trará as oportunidades para que a dívida seja paga, começou a organizar as coisas para a viagem até o local onde a carruagem tombou e se virando para Regis, Durma criança, amanhã bem cedo, se o tempo colaborar, partiremos e sanaremos nossas dúvidas sobre esse seu mistério. O rapaz se ofereceu novamente para ajudar o feiticeiro nos preparativos, mas Zurk foi enfático, Não será necessário, faço sozinho.

Regis repousou e Zurk continuou o trabalho enquanto sua mente viajava nos nomes ditos pelo garoto, Zur, Adala, Opoas, que nomes seriam esses? Pessoas? Locais? Objetos? Se Regis estava indo para Uisda, esta cidade será nosso próximo paradeiro, São muitos mistérios para alguém de tão pouca idade, Depois de amanhã, se tudo correr bem, boa parte das perguntas será respondida. Ao terminar, Zurk adormeceu.

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Drails balançava ao ar seu gládio e mostrava em brados heróicos suas façanhas no teste para o Corpo Militar de Trimo, todos olhavam e ouviam atentos à bela conquista do bravo aspirante. As crianças brilhavam os olhos e os mais velhos se realizavam no rapaz, enquanto isso, Madame Éris olhava com desdém para Drails e com crítica para Zurk.

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O inverno havia dado uma trégua e Zurk e Regis avançaram pela neve durante os dois dias de caminhada descritos pelo garoto. Se abrigaram no povoado de Rasmin, perto do caminho descrito pelo moço, por pouco ele iria parar em outra vila e tentar a sorte com outro anfitrião, talvez isso nem seria sorte...

A carruagem estava caída adiante, sua roda dianteira esquerda se desprendeu, provocando o baque suficiente para virá-la e matar um dos dois cavalos que a puxavam. À frente, poucas passadas adiante, o corpo congelado do condutor, de bruços e braços abertos, sem marcas de ferimentos que pudessem ter sido causados por outro motivo que não a queda. Não havia pedras no caminho para indicar alguma batida que arrancasse o ciclo de madeira de seu eixo e nenhum indício de ataque, o que houve, ou pelo menos se indicava ocorrido, era um baque em forte ritmo. Zurk perguntou se o condutor corria naquela hora e ogaroto afirmou que não, o ritmo era constante, mas não acelerado. Afirmou que o condutor teve medo de encontrar alguma pedra ou buraco omitido pela neve. Os dois ficaram ali e aguardaram a noite, se abrigando na carruagem elegante e confortável, mas nem se preocuparam em endireitar o teto. Antes de dormirem, ainda conversaram, mas nada de novo foi trazido à história e o mistério permanecia. Pela manhã, partiram para Uisla. A viagem foi rápida e o dia não nevou, em vez disso, abriu um sol frio e um céu esbranquiçado de inverno, com nuvens carregadas que anunciavam noites rigorosas de frio intenso. Zurk notou um fato curioso, se o garoto se dirigia para Uisla, porque não seguiu o caminho que indicava a carruagem ao invés de se lançar à sorte em uma rota desconhecida? O feiticeiro perguntou ao moço em tom sério e ouviu uma simples resposta, Eu não conhecia o caminho e estava difícil de enxergar, fiquei tonto e fui para onde meu nariz apontou... Zurk ensaiou retrucar o argumento do garoto, maspela cena da carruagem e o fato do condutor ter morrido na queda indicavam um acidente grave.

Depois de uma hora de viagem chegaram a Uisla. Uma placa de madeira pendurada em duas rodelas de metal, sustentadas por um mastro em forma de "T" indicava o nome da cidade e, abaixo dele, a inscrição: "Cidade de Uisla, mantenha a paz." A neve encobria as ruas, mas as casas se enfileiravam em ordem como indicando os caminhos. A organização deste local era muito superior ao seu vilarejo. As casas mais bonitas, melhor construídas e em bom estado. Mas, não se via ninguém à rua... por mais que estivesse frio, o dia amanheceu ameno em relação às outras noites, deveria ser motivo de incentivo ao comércio e às trocas de mantimentos.
Zurk pensa, Onde estão todos?

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