[CAP] Capítulo UM - O Lord do casebre (parte 3)

Onde estou? Quem é você? O rapaz pergunta assustado, estranhando o ambiente. Fique tranqüilo, Zurk sempre sério e áspero, o encontrei caído emfrente a minha casa, para onde estava indo? O rapaz expressa sua confusão enrugando a testa. Não estou bem certo, alguma coisa derrubou minha carruagem e eu vaguei por dois dias, até que cai.

O feiticeiro observa especulativo as afirmações do jovem, mas seu estado não estava tão grave para alguém que passa dois dias andando descalço na neve. Mesmo estando em dúvida, não adiantava criar nenhuma polêmica, a verdade pode se revelar em diversas curvas daestrada. Zurk oferece chá e o moribundo aceita, colocando o líquido quente na caneca de cerâmica, um presente caro que ganhou há alguns anos, ele continua a questionar o garoto. E seu nome? Seus companheiros? Sua família? Sabe onde estão? E o que atingiu acarruagem?

São muitas perguntas... eu não sei o que aconteceu. O moço fecha os olhos e Zurk não o deixa lamentar sua confusão, continuando, Sei quesão muitas questões, mas se algo aconteceu com você e como foi em um transporte, mais pessoas podem estar com necessidades, não é? O garoto concorda e diz que vai respondendo as perguntas, mas tudo ainda está confuso em sua cabeça.

Ele diz que estava sendo levado para uma cidade com nome de Uisda, conhecida por Zurk, não está distante mais que algumas horas daqui, com este tempo ruim, quase um dia de andanças, e continuou dizendo se chamar Regis e ter sido encontrado numa vala, entre Hajast e Gadae, ao oeste. Disseram para ele que o reconheceram e lhe deram esse nome, disseram que conheciam a família dele, mas ele mesmo não se lembravade nada a não ser três palavras: Zur, Adala e Opoas. Nomes? Lugares? O que quer que sejam também são desconhecidas. Regis falou também queo condutor morreu esmagado pelo peso da carruagem e não se via nadaalém de neve e vento, sem rumo, escolheu uma direção e seguiu em linha reta, perdeu os sentidos no segundo dia e acordou abrigado no casebre.

Zurk olhava para o rapaz enquanto ele narrava suas poucas lembrançase observava seus gestos, feições e expressões. Já terminou o chá? Perguntou de maneira não amigável, esperou e confirmou a respostapositiva, pegando-o das mãos do visitante, levando-a até um balde demadeira com água e enxaguando-a. Um sentimento de egoísmo se debruçousobre o feiticeiro, como pude dar chá para ele nesta caneca? Pensavacompenetrado, ela representa muito para mim, nenhum outro lábio,senão os meus irão tocá-la novamente.

Ao guardar a caneca, o feiticeiro descuidadamente a deixa escapar e aquebra no chão frio. Seus pensamentos longínquos e nostálgicos seespatifaram juntamente com a cerâmica. Contemplou por alguns segundosos cacos ao chão e de súbito, olhou para o rapaz, que vigiavaespantado a mudança de ânimo de seu anfitrião, e se dirigiu aomoribundo, Bem Regis, então você foi encontrado em uma vala? Não selembra quem poderia ter jogado você nela?

Regis diz que se lembra de ser retirado do buraco, estava nu e comfrio. Ficou em uma casa, onde lhe deram roupas e cobertores, logo oreconheceram e indicaram seu destino, mas ele não conseguia selembrar dos nomes de seus anfitriões da outra cidade. Zurk continuouinterrogando o rapaz, de maneira direta especulava sobre possíveisassaltantes, inimigos ou outro qualquer que estivesse com ele ouatrás dele. Mas o garoto não sabia responder se havia alguémperseguindo. Só afirmou que havia um condutor na carruagem e estavamrápido devido às tempestades que castigam essas terras essa época doano. Quanto aos nomes, Regis afirma que não sabe de quem ou de quelugar são, mas lembra destes.

Os dois dão uma pausa na conversa. Zurk observa o moço de maneiramais tranqüila e decide se passar por confiável. Não seria prudentedeixar este moço tão observador ou vigilante, creio que se ficar meuamigo terei mais chances de conseguir as informações que eu desejo.Como estão seus pés? Pergunta ao moço, que olha e diz que sentedores, mas não são tão intensas, Zurk ainda estranha as plantas dospés estarem pouco feridas, Deve ter acontecido algum milagre paraseus pés não terem congelado e necrosado, não é mesmo? Regis fez umaexpressão de estranheza, mas disse não estar certo de como as coisasaconteceram, contudo, se sente com sorte de ter encontrado essacidade e ter sido socorrido pelo amigo Zurk.

O casebre foi invadido por um silêncio constrangedor e Zurk finalizoua conversa dizendo que quando a tempestade diminuir os dois iriamprocurar o local da carruagem, enquanto isso, seria necessário maisprovisões. Aguardariam a noite chegar e iriam até a estalagem.

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A neve estava baixa e a caminhada valia, Drails tinha entrado para amilícia do feudo, teria alimento, dinheiro e garantias. Aos poucos,Zurk se aproximava do tabernáculo, cheio de festa, enquanto sua mãe ocriticava...

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No início da noite os ventos diminuíram, era possível abrir a portasem ser empurrado para dentro da casa. Zurk se preparou e chamou seuhóspede que se levantou e mostrou não conseguir caminhar comnaturalidade.


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